Disco revela um artista maduro e desconstruído
Alan Pear é um artista de Santa Rita, cidade da região metropolitana de João Pessoa, que começou a sua carreira no início dos anos 2000 no duo Dolphins, depois formou a banda Anemone, até lançar os seus trabalhos solo: Petálica (2016), Capsulo (2021) e o mais recente Acústica de Armário (2023), o mais pop entre os três discos.
Acústica de Armário é um disco confessional da primeira à última faixa, é uma fratura exposta como canta Alan Pear em Iodo e Clorofila. O disco abre com Pai, música que fala da relação problemática com a figura paterna, superada em músicas como Céu de Luz Neon, quando a descoberta do amor entre iguais torna-se um refúgio, mesmo que momentâneo, até a próxima dificuldade da vida adulta. Em A Morte do Velho Jovem, o garoto que está na capa do álbum cresceu e, agora, nos entrega um disco que pode ser escutado como quem ler um livro de memórias, uma autobiografia.
Lançado em abril deste ano, o disco foi gravado no homestudio do artista que assinou todo o processo de produção e contou com a parceria do músico Robson Feoli nos arranjos de violão, linhas de baixo e piano. Alan Pear é um letrista, compositor e cantor que conhece os caminhos da canção. Suas melodias e a sua voz nos transportam para dentro do universo de cada música de Acústica de Armário, um disco maduro e desconstruído sobre olhar para trás para poder seguir em frente.